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Eu sou de outubro, formada em jornalismo, mas me apaixonei mesmo pelas imagens. Causa MOR a que dedico meus dias. A verdade é que eu vejo o mundo enquadrado, mas tem hora que as palavras querem gritar. Acho que esse pode ser, quem sabe, um meio prático para expressar essas palavras gritantes. É um lugarzinho pra gente falar do mundo e do prumo que as coisas estão tomando. Eu sei que não é fácil. Nunca é! Mas vamos dividir a agonia desse agitado cotidiano.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Virando casacas



Por que o pessoal lá de baixo pensa que a gente aqui de cima morre de sede, tem o bucho cheio de verme, é feio, se veste mal e não entende de ciência, arte, política, música e coisas de 'elite'?
Lembro de certa vez, em um shopping no Rio de Janeiro onde eu olhava as prateleiras emudecida e quando perguntei o preço de um produto a vendedora (que quis me agradar, tadinha!), se vira e diz: "A senhora é de onde?" Eu naturalmente -e com muita satisfação- respondi: "De Recife." Ela então completa: "Se a senhora não falasse, se a gente não escutasse seu sotaque, diria que a senhora é daqui, porque é bonita e se veste bem." Nem vou dizer que fiquei surpresa, porque estaria mentindo. Nunca sofri preconceito em lugar nenhum por esse mundão afora, mas sei a ideia PRE concebida –e diga-se de passagem, errônea- que se tem do nordeste e consequentemente do povo nordestino.
Nem vou perder meu tempo e o seu falando da nossa comida, de Gonzaga, das praias, do calor e do brilho do sol que é bem coisa nossa. Também não vou ficar aqui divulgando nossas maravilhas porque certas coisas, contar não é ver. Vamos ao que importa.
Corino é como ele é chamado pela maioria-e acredito até que goste- é mineiro e foi um dos meus grandes ganhos nas andanças pela pacata e charmosa cidadezinha. É amigo, é querido, é parceiro, é carinho, é criança junto comigo nas horas de folga e adulto quando a vida pede que assim seja. Ele é um dos homens mais inteligente que eu tive o prazer de conhecer e conviver, e, como todo homem inteligente sabe a hora das coisas. Sabe quando é hora de reconhecer e mudar.
Ele era uma dessas pessoas lá de baixo, que via o nordeste como ‘terra rachada’, mas recentemente passou férias por aqui e descobriu o que é que o nordeste tem. E eu, claro, tive o prazer de conversando com ele escutar: “Seu nordeste é lindo demais!”  Ora! Isso eu já sabia. Quem é nordestino mesmo sabe. Mas foi bom ouvir a constatação, porque pior do que ser preconceituoso, do que ser um mineiro marrento (porque isso é coisa de carioca. Mas dizem que todo mineiro tem um pouco de carioca, né? Será? Eu não sei! Isso é briga deles lá de baixo)... O pior mesmo é não saber a hora de mudar o prumo das coisas – seja a coisa que for-
Ele se encantou, mudou e agora é também um pouco nordestino. 
Em homenagem a ele,  que eu aprendi a amar com o tempo, me permito também virar a casaca. E viva o Vasco!

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